domingo, julho 22

Frutas

Como se come isso ? – Perguntou minha filha me mostrando uma goiaba.

E assim me dei conta de quanta diferença existe entre as nossas gerações.
Minha filha já adentrando nos nove anos ainda não conhece direito uma goiaba.

Me lembro dos meus tempos de criança, quando goiaba era colhida diretamente no pé, no tempo em que eu morava na casa de minha avó.
Havia uma grande fartura, goiaba, amora, cana, manga, jabuticaba, tudo à disposição, dependendo somente da vontade e disposição de colher ou subir no pé.
Talvez por isso, e também do gosto sem graça das goiabas de sacolão, minha filha tenha tido tão pouco contato com a fruta.
O curioso é que frutas que na minha época de infância eu tinha pouco contato, como maçã, uva e caqui, pra eles são tão comuns. Maçã na minha época era sonho de consumo, era só argentina e normalmente só se comia na época de exposição, na “maravilhosa” maçã do amor.

O tempo muda, até para as frutas.
Ih! me esqueci de falar com ela sobre o bicho da goiaba...

sábado, julho 21

Morte



Ontem morreu Antônio Carlos Magalhães. Fossem outros tempos eu teria outros sentimentos. Talvez diria: é menos um reacionário no mundo!!!, a Bahia agora se libertou !!!, mas não me sinto mais assim.

Mudou ACM ? Não. Eu mudei.

Não, não que eu concorde com os atos políticos e pessoais do ACM, muito pelo contrário, em 95% do tempo estivemos em lados opostos, e no restante estivemos momentaneamente do mesmo lado, mas por motivos diferentes.

É a mesma coisa que senti quando morreu Saddam Hussein, é como se um personagem que sempre fez parte da minha vida fosse embora, parte da história estivesse escorrendo entre meus dedos, mesmo que a história daqui por diante seja melhor do que era. Uma das coisas boas de se envelhecer (já é um bom consolo) é que aprendemos a ser mais condescendentes com as outras pessoas; ninguém é todo bom, ninguém é todo mal, inclusive fiquei sabendo que Saddam, assim como eu, contava histórias para seus filhos. Saddam ,assim como outros personagens, digamos “polêmicos” da história, eram amados pelos seus. A vida não é um folhetim mexicano, a vida é muito mais complexa, ela e seus personagens.

Me vem a lembrança uma música do extinto Grupo Raízes, aqui de Montes Claros, que se chama Antônio Dó, ela fala sobre um personagem polêmico no sertão norte mineiro, uma espécie de Lampião norte mineiro, temido e ao mesmo tempo amado, tem uma parte da letra que sintetiza bem o que sinto hoje : “a vida é isso, o bem e o mal, e as intenções, só Deus poderá julgar.”

Que julgue, então ...

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