sábado, julho 21

Morte



Ontem morreu Antônio Carlos Magalhães. Fossem outros tempos eu teria outros sentimentos. Talvez diria: é menos um reacionário no mundo!!!, a Bahia agora se libertou !!!, mas não me sinto mais assim.

Mudou ACM ? Não. Eu mudei.

Não, não que eu concorde com os atos políticos e pessoais do ACM, muito pelo contrário, em 95% do tempo estivemos em lados opostos, e no restante estivemos momentaneamente do mesmo lado, mas por motivos diferentes.

É a mesma coisa que senti quando morreu Saddam Hussein, é como se um personagem que sempre fez parte da minha vida fosse embora, parte da história estivesse escorrendo entre meus dedos, mesmo que a história daqui por diante seja melhor do que era. Uma das coisas boas de se envelhecer (já é um bom consolo) é que aprendemos a ser mais condescendentes com as outras pessoas; ninguém é todo bom, ninguém é todo mal, inclusive fiquei sabendo que Saddam, assim como eu, contava histórias para seus filhos. Saddam ,assim como outros personagens, digamos “polêmicos” da história, eram amados pelos seus. A vida não é um folhetim mexicano, a vida é muito mais complexa, ela e seus personagens.

Me vem a lembrança uma música do extinto Grupo Raízes, aqui de Montes Claros, que se chama Antônio Dó, ela fala sobre um personagem polêmico no sertão norte mineiro, uma espécie de Lampião norte mineiro, temido e ao mesmo tempo amado, tem uma parte da letra que sintetiza bem o que sinto hoje : “a vida é isso, o bem e o mal, e as intenções, só Deus poderá julgar.”

Que julgue, então ...

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