sexta-feira, setembro 28

A verdade depende da época


Não, a frase acima não foi dita por nenhum político, embora pudesse ter sido dita por quase todos eles. O que digo é que, passado um tempo a gente vê que existem poucas certezas, o que hoje é certo e praticamente imutável, pode ser totalmente errado amanhã.
Vocês se lembram dos tempos de inflação alta?( pra quem já era  crescidinho nessa época, é claro!) todos nós dizíamos que isto nunca teria jeito, e hoje já faz tanto tempo de estabilização inflacionária.
Nessa mesma época havia até piada em relação a valorização do então Cruzeiro (moeda brasileira da época) frente ao dólar, e o que se vê hoje? o dólar está cada vez mais desvalorizado, e o governo faz de tudo para que o dólar suba um pouco, e mesmo assim não consegue.
Havia também uma piada de português sobre o sal de fruta.
O Português chegava na farmácia e perguntava:
-O senhor tem sal de fruta ?
-Tenho sim, senhor !
-Então me vê um de abacaxi !

Hoje, pra quem não sabe existe sal de fruta de laranja, de guaraná, de abacaxi.(o engraçado é que tem sites que ainda não se atualizaram e ainda divulgam uma piada que hoje não faz o menor sentido, como o site Humor Tadela no link

quinta-feira, setembro 27

Patrícia Ahmaral



Tive a oportunidade de conhecer a cantora e compositora Patrícia Ahmaral no Conexão Telemig Celular,na quinta passada, onde ministrou a oficina de Canto, “Um caminho para a voz”.
De fala mansa, doce no trato, coisa de seu temperamento paciente, sabe tentar extrair o melhor de cada um de forma bem tranqüila, sempre cuidadosa, sempre à procura de um ponto positivo, para depois dizer o que acha errado, parece um grande amigo meu que tem essa mesma característica, e são de pessoas assim que o mundo mais necessita.
Embora não pudesse delongar muito nos seus ensinamentos pois o tempo nesse caso era seu inimigo, pois a oficina durava apenas um dia, deu o máximo de sí. Conseguiu em pouco tempo nos dar um novo caminho para trilharmos, nós não mais que iniciantes nos caminhos tortuosos mas fascinantes da voz , e porque não dizer de nós mesmos, sendo a voz um reflexo do que somos e sentimos.
Soube pela internet que lançou dois Cds , o primeiro Ah ! de 1999 com produção de Zeca Baleiro e o segundo, Vitrola Alquimista, com produção dela própria e de Renato Villaça.
Lí algumas críticas , todas elogiosas sobre o seu trabalho, diziam que ela se arrisca nas músicas e nas interpretações, tem um artigo que fala até que ela é uma roqueira, e que se transforma no palco.
Fiquei curioso para ouvir seus cds e assistir a um show para ver essa transformação.
Oportunidades não faltarão...

terça-feira, setembro 25

Nunca deixe de acreditar em si mesmo


Machado de Assis











Muitas vezes não nos achamos capacitados para atingir um objetivo e logo desistimos, sem nem ao menos tentar. Por mais que haja dificuldades nunca devemos desistir dos nossos sonhos, dos nossos ideais de vida. Embora a maioria de nós tenha toda a capacidade e condições, muitas vezes nos falta a coragem de encarar todas as dificuldades. Imagine que você poderia ser órfão de pais muito pobres, tímido, gago e epilético e ainda assim poderia conseguir os seus objetivos.
À propósito, Machado de Assis, o maior escritor em prosa da literatura brasileira fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras, era órfão de um pintor e lavadeira muito pobres, mulato, tímido, gago e epilético.

sexta-feira, setembro 21

Encontros e Despedidas


A minha vida vai chegando a um tempo em que há mais despedidas do que encontros e chegadas.
È difícil se acostumar a isso, pessoas que fizeram parte da nossa história vão nos deixando e vai ficando aquele vazio.
Todo ser é único e insubstituível !!!
O último a interromper o capítulo físico em minha história foi o meu amigo Tóla, companheiro dos meus tempos de Minascaixa, que nos deixou no último dia 18.
Deixa a história no aspecto físico mas ficará para sempre em minha memória ...

sexta-feira, setembro 7

Desfile das escolas de samba



Olhando hoje os desfiles de carnaval, me parece uma coisa totalmente sem nexo, não me traz a mínima emoção, e me lembro que há algum tempo atrás, um dos meus sonhos inconfessáveis da adolescência era assistir ao desfile das escolas de samba do início ao fim.

Não ria, provavelmente você já teve algum sonho ou aspiração de tal “magnitude”, que hoje lhe parece uma rematada bobagem. Mas, não nos preocupemos, daqui a algum tempo estaremos provavelmente rindo sobre alguma coisa que hoje nos parece ser “uma das coisas mais importantes do mundo”, e que não passam de tolices do tempo presente.
Mas nunca desista dos seus sonhos, mesmo que isto lhe pareça ,tempos depois, uma grande tolice .



Publicada originalmente em flaviocolares.zip.net em 20/02/2007

Bicicleta

Imagem de Et, o extraterrestre (1982)

No último sábado meu filho aprendeu a andar de bicicleta. Como é bom ver o sorriso de felicidade no rosto dele ao cumprir mais uma etapa da vida; me sinto tão feliz quanto ele, é como se voltasse no tempo.
O equilíbrio em duas rodas já foi um grande desafio em nossas vidas, o soltar as rodinhas e tentar o que parecia impossível, vencer o medo, achar que podemos tudo, ou quase tudo.
Com os filhos a gente vive a vida novamente, cada simples “vitória” deles é como se fosse nossa, sentimos o orgulho do “bem”, o orgulho de quem quer bem, não há dinheiro no mundo que pague essa coisa tão simples e ao mesmo tempo tão grandiosa assim.
Andar de bicicleta se aprende e nunca mais se esquece. Segundo os especialistas,“é coisa que se aprende com os dois lados do cérebro”(daí a razão de não se esquecer).
A razão pela qual aprendermos a maioria das outras coisas com um só lado do cérebro eu não sei, ou talvez já esqueci .


PS. Agora como na imagem do filme, só falta dar asas a imaginação.





Publicada originalmente em flaviocolares.zip.net em 22/01/2007

Pra que serve o umbigo ?


Meu menino dias desses me perguntou : Pai , por que a gente tem umbigo ? Eu na minha sapiência de pai que já respondeu milhares de perguntas, fui logo respondendo sem pensar : meu filho a gente tem umbigo porque, porque, por que mesmo ? e fiquei sem resposta. Descobri que nunca havia pensado nisso e não tinha a mínima idéia .
E lá fui eu pesquisar na mãe dos burros, digitei a pergunta no Google e descobri que o umbigo depois de servir de canal de alimentação durante o tempo que estamos na barriga , não serve mais pra nada, pra nada e pra ninguém, é tão insignificante que a revista Playboy em uma de suas edições retocou tanto a foto de uma modelo que sumiu com o umbigo dela.
Veja a reportagem do sumiço do umbigo aqui : http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/ooops/ult340u1079.shtml

PS. Pelo jeito e pela cara, o meu amigo Lula também não sabia.
Publicada originalmente em flaviocolares.zip.net em 15/01/2007

Cine Fátima




Cena de "Cinema Paradiso" (1989)







Quase todos os dias passo em frente ao antigo Cine Fátima e testemunho a transformação do lugar. Do que era ontem , hoje praticamente nenhum vestígio restou . Hoje simplesmente se transformou em mais uma loja , uma grande loja , mas uma “simples” loja.
Quando virou bingo há mais de 10 anos atrás, houve pouca modificação na estrutura exterior, parecia que o cinema tiraria férias por um tempo para depois voltar, e como bem diriam os franceses, em “reentré ” triunfal . Esperança sem nenhuma razão de ser , diante do quadro atual dos cinemas fora dos shoppings, mas esperança, e enquanto há vida ...
Mas agora não , a realidade veio rápida e sem volta , de sua moderna e bela arquitetura só se aproveitou mal , mal , as paredes externas e os pilares internos , o resto “ se foi na poeira “.
É como se ,de uma bela maçã , se comesse a casca e jogasse o resto fora .
Parece que uma parte de mim se vai , é a história se “desconstruindo” à nossa frente .
Se me tocou assim tão fundo, eu que nem tenho tantas lembranças assim, imagino o que está sentindo quem viveu anos e anos com o antigo cine , ou desde o início, como por exemplo o Dr. Luiz de Paula . Me lembro de Dr. Luiz falando do tempo em que o dono do cinema perguntava aos amigos, assíduos freqüentadores , de tempo em tempo, qual filme que eles achavam que deveria passar novamente no cinema , eles constantemente pediam “Allá en El Rancho Grande(1936) ,de Fernando Fuentes , com Tito Guízar ,(que descobri depois que é considerado um dos 100 melhores filmes do cinema mexicano.) esse tempo um dia existiu , e mesmo sem ter vivido isso , imagino como deve ter sido , e pasmem !!! sinto saudade .
Como também deve sentir saudade o sr. Benjamim , que foi operador de projeção e é pai do meu amigo Alex . Já o conhecia há muito tempo e só recentemente descobri que ele foi operador do Cine Fátima , mundo pequeno esse hein ?
Mas tem nada não , o trem da história passou (o trem mineiro se foi , mas quem sabe, pode voltar ) , mas continuando , a história vive ,sempre viveu e sempre viverá na mente e no coração das pessoas . Em minha pequena história descobri isso, descobri quando a MinasCaixa foi fechada . Eu que trabalhei lá por quase 10 anos descobri que a MinasCaixa não eram os prédios em que nós trabalhávamos, nem os móveis , nem o dinheiro que era movimentado, nem tampouco os papéis que garantiam , em alfarrábios sem valor , que ali era uma autarquia estadual com capital 100% público e coisa e tal e tal e coisa .
Na realidade o Cine Fátima (assim como a MinasCaixa) , era a gente , a gente que trabalhava, que se divertia , que sonhava , que sorria ou que chorava .
É, o Cine Fátima era e ainda é o que sempre foi : “ gente ”, e gente você sabe, “gente é outra coisa !!!”
Publicada originalmente em flaviocolares.zip.net em 05/01/2007

Jambo


Hoje comi jambo, há muito tempo não comia, tinha até esquecido o seu sabor e o seu cheiro inconfundível de flor.
Gosto de jambo, sou uma das poucas pessoas que conheço que gosta.
O jambo não é uma fruta brasileira, é originária do sudeste da Ásia, foi trazida para cá pelos portugueses, é da mesma família da goiaba, da jabuticaba, da pitanga.
A árvore do jambo vive mais de 100 anos.

Outro dia uma colega minha estava com um coquinho, não o coquinho azedo, mas aquele de casca dura que tem uma polpa amarela que gruda nos dentes, havia até esquecido que ele existia.
Na hora me veio a lembrança de jatobá.
Jambo, coquinho e jatobá estão entre as frutas mais desprezadas, desprezadas mas de doce memória dos meus anos de infância; É uma de várias coisas que fazem parte de nossa vida durante um bom tempo e depois se vão.

Por falar em frutas me lembrei do tempo em que morava na casa de minha avó.
A maior parte de minha infância vivi lá. Lá havia muita fruta. Goiaba branca e vermelha, manga de várias especialidades, pitanga, jabuticaba, amora dentre outras, tudo no quintal.
Até hoje quando vou ao supermercado não consigo me acostumar em comprar essas frutas.
Talvez no quintal do meu subconsciente ainda guarde a impressão de que vou pegar a fruta no pé, e quem já comeu uma fruta tirada do pé, nunca se acostuma com uma fruta comercializada.


Publicada originalmente em 20/11/2006 em flaviocolares.zip.net

sábado, setembro 1

Um Grande Amor


Ele chegou naquele dia como sempre, sorriso amistoso no rosto, com a calma e delicadeza que lhe eram característicos, na juventude dos seus sessenta e poucos anos.
Eu, como sempre, ficava contente em atendê-lo, ele era sempre tão gentil e paciente.
Assim que chegou sua vez lhe perguntei : O que o senhor deseja hoje?
Ao que ele respondeu: Flávio, quanto meu filho deve aí no crédito educativo?
Respondi: Um momento que vou verificar.
Lhe passei o valor e ele disse : como é que faz para quitar?
Respondi que era só eu preencher um modelo de quitação.
Ele então falou: pode preencher aí pra mim.
Preenchi e lhe falei: Pronto! agora é só ir pagar no caixa.
Ele apertou minha mão, me olhou fundo nos olhos, me agradeceu e se foi ...

Dias depois o filho dele chegou com uma expressão diferente no rosto,
uma angústia que até então não tinha visto nele.
Flávio, meu pai esteve aqui semana passada ?
Sim, respondi.
E o que veio fazer aqui ?
Veio quitar o seu crédito educativo.
E-le e-le quitou meu crédito? meio gaguejando ele falou.
Sim! respondi.
Então, dos seus grossos óculos pude ver as lágrimas que lhe desciam dos olhos.
Mal conseguindo falar me disse: Flávio, meu pai morreu. Ele estava doente, sabia que tinha pouco tempo de vida.

Eu também fui tomado de grande emoção, ao ver todo o amor que um pai tinha por seu filho.
Um pai que, sabendo que ia morrer em breve, usou o valor de seu último pagamento para quitar a dívida do filho.
Naquele momento eu não chorei.
Estou chorando agora ...

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