segunda-feira, junho 27

Luiz de Paula Ferreira 94 anos

Encontro de rio e mar.  Foto de Gilson Viana In:olhares

-O que existe depois da terra?
-É o mar.
Esse diálogo foi feito entre uma mulher e um menino de cinco anos há quase 90 anos atrás.

O menino pobre não imaginava algo mais longe do que o mar...

Mas, por mais difíceis que sejam, sempre existem caminhos pra se alcançar o mar...
Por mais tortuosos que sejam eles sempre existem, para quem tem "o brilho do sol na menina dos olhos."*
O pequeno menino Luiz possuía esse brilho, e construiu a história de sua vida como a de um rio, o Rio das Velhas, do pequeno povoado de sua infância, que confia sua água doce e barrenta ao Velho Chico que a leva em seu dorso por léguas e léguas, até se despir, tornar-se azul e se transformar em mar...

Mas não foi fácil!
As facilidades enganam. A necessidade ensina...

Foi num modesto emprego num pequenino povoado, que só não deixou por não ter o dinheiro da passagem, poucos reais em moeda de hoje, que começou a se forjar o grande empresário.
Do pequeno emprego, que após anos se transformou em um bom emprego, depois em sociedade, até se tornar dono de algodoeira, que depois vendeu para dedicar-se a implantação do Projeto Coteminas, fundada em parceria com seu amigo Zé, e que está hoje entre as maiores do país e possui várias filiais no exterior.

A Fundação Educacional criada por ele tornou possível o sonho de vários professores e professoras, dentre elas a sua amada esposa Isabel, e foi o embrião da Universidade de Montes Claros, que hoje espalha o conhecimento pelos quatro cantos do mundo.
Foi vice-prefeito, deputado federal.
Compositor inspirado, uma de suas músicas foi a canção do centenário de sua amada terra adotiva, Montes Claros.
E quando se achava que já tinha feito muito, surpreendeu mais uma vez, tornando-se um escritor de talento após os oitenta anos.
E muito, muito mais...

As facilidades enganam. A necessidade ensina!

E o menino que mal sabia o rio, e que talvez achasse o mar um sonho inatingível, foi muito além!
O menino que aos três dias de nascido, por pouco não se foi, está aqui para contar história.
Uma grande e bela história!
E, como disse Adélia Prado: " o que a memória ama, permanece eterno!" 
E essa eternidade lhe pertence...

Parabéns Dr. Luiz!!!




* citação de Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha.


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